A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) recebeu na manhã desta quarta-feira (12) lideranças indígenas para discussão sobre o futuro do Ensino Superior no Estado. A reunião ocorreu na Reitoria da Instituição.

Estiveram presentes representantes do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena de Mato Grosso (CEEI-MT), da Federação dos Povos e Organizações Indígenas do Mato Grosso (Fepoimt), da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Organização de Mulheres Indígenas de Mato Grosso (Takinã), além da Reitoria, Pró-Reitoria de Ensino de Graduação (Proeg) e Faculdade Intercultural Indígena (Faindi) da Universidade.

Foram discutidos temas como o orçamento da Universidade para as políticas de formação dos povos indígenas do Estado, a implementação de políticas indígenas, o atendimento dos cursos já oferecidos pela Universidade, a oferta de novos cursos em áreas diferentes e como a Universidade pode ajudar os estudantes no acesso, permanência e conclusão dos cursos.

“Estamos aqui para subsidiar a discussão que está ocorrendo na Câmara Setorial das Causas Indígenas da Assembleia Legislativa, onde estamos discutindo a questão do orçamento da educação escolar indígena, desde a Educação Básica até o Ensino Superior” explica a professora Francisca Navantino, do povo Paresi. Professora e doutora em Antropologia Social, Francisca é vice-presidente do CEEI-MT e membro da Takinã. “Neste momento é a discussão sobre o Ensino Superior, sobre o que precisamos para avançar em relação ao atendimento dos cursos para os povos indígenas de Mato Grosso”, disse a professora.

Diretor da Faindi, José Wilson Pires Carvalho afirma que, considerando o panorama estadual e nacional para a educação indígena intercultural, esta discussão é de fundamental importância para iniciativas que visam a sustentabilidade e consolidação do Ensino Superior indígena na Unemat. “Discussões com as lideranças são sempre necessárias para o bom andamento do Ensino Superior Indígena”, disse o diretor.

A reitora Vera Maquêa lembra que, por possuir um histórico de trabalho com educação indígena no Estado de Mato Grosso, a Universidade já conhece boa parte das demandas. “Neste sentido temos expandido nossa atuação nesta área como, por exemplo, com a oferta do Mestrado em Ensino em Contexto Indígena Intercultural e do curso de Bacharelado em Enfermagem Intercultural, além da oferta de uma turma fora de sede no Câmpus do Médio Araguaia, em Luciara, então acredito que a Unemat, que tem sido Pioneira desde os anos 2000, segue sendo pioneira e possui muito a contribuir com a formação dos povos indígenas do Mato Grosso e do Brasil”, assegura Vera. “Acredito que hoje, com a criação do Ministério dos Povos Indígenas, temos um espaço aberto para o estabelecimento de novas políticas para a formação dos nossos povos indígenas”, disse a reitora, que recebeu um adorno tradicional indígena como reconhecimento pelos esforços em atender à comunidade indígena.